Tuesday, November 15, 2005

Experiencias de uma Miniaturista


VITRINA # 26"Jugando al Ajedrez"
Año : l995
Origen del material utilizado : Bogotá, Colombia
Lugar de Elaboración : Cartagena, ColombiaTiempo de Elaboración : 15 horas

Descripción :

Una obra discretamente decorada con tema navideño, en donde sobresale el tablero de ajedrez como el punto central. Es importante resaltar el gran trabajo de las fichas y de los más de 50 libros que hay expuestos en la biblioteca. Una curiosidad para observar es que la misma escena está reproducida en un cuadro que reposa dentro del mueble principal de la biblioteca.





Qual é o meu problema ? Que está de errado comigo ?

Foi com alegria que em meados de 1993 me informaram - para minha tranquilidade e alívio geral da familia – que eu não estava padecendo de nenhum transtorno de personalidade ou regressão psicológica.
Mais ainda, descubri que minha estranha compulsão tinha até um nome conhecido (e, graças a Deus, não tinha a terminação “ite”) . Nome esse que, aos meus ouvidos, soava um poco pomposo : miniaturismo.
Não, não estou tentando ser prosaica ou exagerando ao relatar essa minha estória, pois foi extamente assim que aconteceu...
Ao ser tão sincera corro o risco de parecer, no minimo, ignorante pois pessoas cultas e informadas sabem que esta arte se remonta de seculos ...
Para mim era unica e simplesmente “brincar de casinha”... aos 31 anos...
Cada vez más e mais isso ia absorvendo grande parte do meu dia, eu estava as voltas com minhas coisinhas, colocando papel de parede, carpete, moveizinhos, acessorios...
Dedicava mais tempo aos meus ambientes que a minha propria casa.
Como podem ver eu tinha razão de sobra para estar preocupada.
As pessoas que me rodeavam estavam intrigadas e até para mim era inexplicável o que eu via nessa atividade tão elementar uma vez que– contráriando as suspeitas dos Freudes de plantão - eu tive o privilégio de poder “esticar” minha infancia até bem tarde – principalmente para os padroes atuais - e somente aposentei minha boneca faltando pouco para completar 12 anos ,” cedendo espaço às primeiras paquerinhas e namoricos de menina-moça e encerrando ,satisfatoriamente e sem traumas, esta bonita etapa.
O diagnostico...
Como eu mencionei, a portadora de tão feliz diagnostico , tia Peggy, originaria e moradora dos Estados Unidos não era doutora mas sabia que longe de ser uma enfermidade esse “hobby” era uma grande industria e era levada muito a serio nos paises do primeiro mundo.
Como tudo começou...
Nessa época eu estava recem chegada a Cartagena de Indias, na Colombia, estava casada ha quase 3 anos e tinha um filhinho de ano e meio.
Morávamos numa suite do Hotel Hilton, onde meu marido era o gerente geral e atendendo aos seus protestos tinha prometido parar de comprar patos, cuja coleção estava beirando o exagerado numero 300 exemplares.
Sempre tive uma predileção por esse animal e todos os amigos que sabiam disso me compravam um de difrentes partes do mundo.
Ainda em fase de adaptação e me sentindo como turista uma tarde, andando pelas ruas de Cartagena, encontrei em uma loja uma coleçnão inteirinha de peças em miniatura com fino acabamento de metal dourado.
Eram em total 15 peças, entre as quais pequenos telefones, vasos, utensilios de cozinha ,que me pareceram delicados. Pensei : vou começar uma coleção dessas coisas pequenininhas, porque não ocupam espaço. i O passo seguinte foi comprar uma pequena vitrine para guardar-los, depois uma pequena mesinha para por o candelabro de metal, depois um criado mudo para colocar o pequeno abajour e por fim, porque nao fazer diferentes ambientes para colocar todos os moveis?
Quando dei por mim, em menos de 5 meses já tinha 10 ambientes que, quase clandestinamente nas madrugadas, os decorava para que ninguem percebesse o que eu andava fazendo.
Que ironia ...
Hoje quem entra na minha casa e encontra l20 ambientes, pequenas mansoes, maquetes de todos os tamanhos e me perguntam porque comecei a colecionar miniaturas, digo :
- Porque meu marido achava que os patos ocupavam muito espaço ...

Um caminho sem volta ...

Embora um pouco constrangida, comigo mesma, um dia resolvi assumir minha criançice fora de epoca.
Encomendei a um carpinteiro que fizesse um tipo de caixa , com as laterais em madeira e com o teto e a frente em vidro, pois intuitivamente julguei que os acondicionaria melhor. Posteriormente soube que isso se chamava “room boxes”.
Adotei arbitrariamente uma medida padrão, que casualmente está muito próxima das consideradas “oficiais”, e confeccionei todas elas do mesmo tamanho pois considerei que visualmente seria mais estético quando – por decisão nada democratica – fossem incorporadas ä decoração do nosso lar.
Enfim, a boa notícia era que eu nao estava “desajustada”.
E a má noticia (principalmente para o meu marido), era que já não haveria caminho de regresso.
O miniaturismo tinha chegado para ficar...
Em pouco tempo todo o Hotel já sabia que a “esposa do gerente” fazia umas casinhas.
Na minha família todos estranharam que uma mulher executiva, que trabalhava desde os 14 anos e que ainda era muito jovem para se fechar dentro de casa, deu para “muñequiar”.
No princípio, embora observando uma mudança radical no meu comportamente, pois me tornara mais introspectiva e anti-social, meu marido não deu muita transcendencia a nova adição, pois pensava que era uma epolgação passageira. Creia que era apenas algo para “matar o tempo” numa fase delicada de adaptação em que me sentia solitaria e sem amigos. Era comprensível, afinal havia deixado atraz meu País, familia, carreira profissional ...
Uma janela para o mundo ...
No natal daquele mesmo ano tia Peggy, minha fada madrinha, ampliou um poquinho mais meus horizontes miniaturísticos presenteando-me com a assinatura da antiga revista “Nutshell”, que segundo ela é a leitura de cabeçeira de qualquer “miniaturista” que se preze.
Em pouco tempo já estava por dentro de todos os pormenores do ramo : feiras e "trades shows", publicacoes, guias , literatura tecnica, criterio de escalas etc.
Em todas minhas idas para o exterior era invariavel incluir no meu roteiro turistico ao menos uma visita a colecionadores particulares ou a museus de miniaturas, além da consulta obrigatoria as páginas amarelas em busca de lojas especializadas.
A primeira vez que visitei em Los Angeles o Museu "The Carole and Barry Kaye" quase perdi a respiração. Basta dizer que durei 8 horas “internada” no recinto .
Era como se um novo mundo aparecesse diante de mim...
Uma obseção assumida e bem resolvida...
No transcurso de todos esses dez anos devo dizer que extrai muito do mundo através das miniaturas e sem querer fazer trocadilho aprendi a dimensionar e proporcionalizar na vida meus anseios, valores e expectativas.
Percebi que, com nome pomposo ou não, o que eu faco é realmente “brincar de casinha” e porque não ?
Analizando esse aspecto mais profundamente, na verdade, todos nós queremos materializar nossos sonhos infantis através dos “brinquedos”.
Qual a diferença entre os brinquedos de um adulto e de uma criança ?
Apenas o preço.

Um fenomeno interessante ...

Quando crianças queremos brincar de casinha para simular que já somos grandes, que já somos mães e esposas e ninamos nossos bonecos como se fossem nossos filhos. Quando adultos nos tornamos “miniaturistas” porque, talvez tenham razão os psicologoss, procuramos inconcientemente resgatar a inocencia, a criança que sempre vai viver dentro dagente. É um mesmo fenomeno em ordem inversa.
Entre outras coisas aprendi, e aceitei, que faz parte da natureza humana querer adquirir coisas. Gostamos de ter pelo prazer de ter. Coisas que muitas vezes não são necessárias para atender nossas necessidades basicas. Seguindo esse raciocínio percebi que tudo que dá prazer em escala natural poderá também dar prazer numa escala pequena, com a vantagem de ser mais barato e facil de transportar.
Voçe quer um iate e nao pode ter ? Compre um em miniatura e em suas fantasias viaje dentro dele.
Portanto, hoje em dia, me siento milhonaria . Tenho chalez na Suiça, uma praia particular na Florida, mansoes e carros antigos, só que na escala l.l0 .
O mundo mágico das miniaturas...
Me sinto privilegiada de ter o poder , que somente os miniaturistas tem, de “encolher”, como num passe de mágica e passar horas vivendo dentro dos meus ambientes ao estilo “toy story”, onde os brinquedos ganham vida.
Sejam eles modestos ou sofisticados è uma aventura viver-los. Posso passear mesmo nos dias de chuva, por jardins ensolarados, descancar na s minhas casas de campo e tentar a sorte no meu Cassino sem ir a Las Vegas...
Como um pintor que exorcisa seu espirito em suas telas,um escultor que dá alma a um ser a partir de um bloco de pedra, um escritor que tem o poder de fazer viver ou morrer seus personagens, ser miniaturista também é brincar de ser Deus...
Para mim miniaturismo não é somente “possuir” coisas pequenas.
O que mais me fascina nesse pequeño universo é precisamente o poder da criação.
Ao envolverme com um tema que queiro desenvolver eu creço como pessoa, como gente, aprendo, me culturizo,reciclo ideias, inovo, enfin, reflito sobre mil aspectos da vida que em outras circunstancias dificilmente o faria.

Miniaturismo terapeutico. ..

Nenhum psicologo conseguira extrair de mim nem uma milésima parte do que eu expresso, dou e recebo através das miniaturas. Se todas as pessoas com alguma tendencia depressiva soubessem disso certamente gastariam menos em remédios e consultas com resultados mais rápidos e duradouros.
Meus ambientes sãoao a radiografia do meu estado de animo. Em cada cena está um pouco de mim.Nos dias tristes, uso cores escuras e sombrias. Num dia alegre cores vibrantes. E assim por diante...Um dia reflexiva, um dia esperançosa, um dia satirica ou ironica, outro dia ardente e sensual.
Eu não escrevo um diário com caneta e papel. Todas as minhas facetas e vivencias estam impressas nas minhas cenas em miniaturas.
È como a canção do Roberto Carlos : “Se voce pretende , saber quem eu sou, eu posso te dizer, entre no meu carro, que na estrada de Santos voce vai me conhecer”,
Se alguem um dia quizer, realmente , saber algo de mim poste-se diante dos meus ambientes e saberá.
Como sou mística eu diria que um medium poderia até ver a minha áura através das minhas obras.
Como grande parte delas são auto-biograficas cujos bonecos moldados (por mim) possuem as caracteristicas minhas, do meu marido, do meu filho, da minha mãe etc Nelas tenho retratado meus melhores momentos: minha gravidez, os primeiros anos do meus filho, churrascos em família, noites em casa vendo televisão e comendo pipoca, ou em bares aperitivando, no karaoke cantando ou natais ao redor da arvore... Toda minha estória.

Aprendendo novos ofícios...

Motivada pela miniatura cursei desenho e pintura a oleo na Escola de Belas Artes de Cartagena. Pensei que isso ajudaria na confecção dos meus pequenos quadros (me atreví inclusive a fazer reproduçoes em miniatura de Botero). Somente no México è que aprendi a esculpir, para fazer meus personagens;
Elaborando diferentes artigos aprendi também a valorizar trabalhos e profissoes antes desconhecidas para mim.
Nunca tornei a pechinchar por um trabalho alheio, pois agora eu sei o esforço e a dedicação que requer fazer algo com carinho e perfeição.
Passei a achar até barato sapatos, despois que fiz mais de 20 pares para a minha mini-sapataria.
Deixo gorgetas generosas para minha costureira, depois que suei para fazer as roupinhas para uma vitrine com esse tema.
Agora comprendo melhor velhos ditos. Tipo : que a vida é feita de pequenas coisas e que são precisamente os detalhes que fazem a diferença. Que fazer as coisas da maneira mais simples é menos complicado. E que uma jornada de mil quilometros começa com um primeiro passo. Por isso nunca me canso com um projeto, por mais trabalhoso que seja, e encontro infinita paciencia em esmerar-me nas minucias.


O contacto com o público...

Eu resisti muito a expor minhas peças por primeira vez.
Primeiro por insegurança. No fundo não achava que minhas vitrines fossem propriamente “obras primas”, pois sempre fui muito auto-critica.
Tambem porque sabia que mais que expor minha obra eu estaria expondo os meus aspectos mais intimos e, como pessoa reservada e seletiva, isso me fazia sentir vulnerável.
Quando por fim reconheci meu trabalho como arte decidi que toda essa energia depositada nessas obras deveria circular. Essa é a função maior do artista.
Confesso que não consegui atingir ainda um estado elevado de altruismo soltando e distribuindo minhas obras.
Nunca vendi nem doei nenhuma de minhas vitrines.
Me sinto muito apegada a elas, sentimento similar de uma mãe para com seus filhos.
Minha modesta forma de contribuição era reverter a venda dos ingressos âs obras comunitárias e de caridade.
A experiencia de ter um contacto direto com o publico foi algo muito enriquecedor. Como um bumerangue. Toda a energia que eu dava voltava pra mim maior e maior num maravilhoso efeito multiplicador.
Me emocionei com as diferentes reaçoes das pessoas principalmente com as carinhas maravilhadas das criancas, que sem dúvida são – de longe – mais observadoras e sensíveis que os adultos.
Por ser algo totalmente diferente das outras formas de expressão artistica e desconhecido do grande público minhas exposicoes eram a sensação cultural das cidades que eu morei, tendo grande cobertura nos jornais, revistas e televisão. As vezes, a nivel nacional. Na Colombia cheguei a receber muitas cartas de pessoas de outros estados interessados em comprar, aprender a confeccionar e até mesmo vir a Cartagena especialmente para visitar minha coleção.
As exposicoes, que se convertiam em verdadeiras maratonas, eram normalmente realizadas em saloes de convenção de hotéis, duravam todo o dia e , dentro do possível, eu fazia questão de estar presente para anfitrionar pessoalmente os visitantes.
Os horários das manhãs eram reservados para grupos de colégios e os da tarde para o público adulto em geral.
Para os grupos de estudantes, de aproximadamente 50 cada um, eu concebi um sitema interativo de exposição que invariavelmente terminava com uma sessao de perguntas e respostas.
Essa era a parte que mais me entusiasmava.
De uma maneira participativa e aproveitando minha formação de professora primária, eu pude estreitar o contacto com as crianças e nutrir meu "banco de dados" com novas ideias para futuros trabalhos.
Nunca me esqueço quando uma menina branca ,de 10 anos, me perguntou porque eu somente colocava as pessoas negras em posicoes subalternas. Ou seja, na cozinha, na lavanderia, ou como “garota de programa” numa cama de motel. Segundo sua maneira de ver eu, inconcientemente ,era "racista". Essa observação num primeiro momento chegou a ofender-me por considera-la injusta. Me senti profundamente envergonhada. Nunca havia percebido que , sem querer, abergava conceitos estereotipados e colonialistas.
Passei, depois desse episodio, a ter mais sensibilidade e conciencia social.

As vitrines proibidas ...

Nos meus ambientes eu sempre tentei retratar , além das passagens auto-biograficas, todos os aspectos comuns e corriqueiros da vida cotidiana das pessoas em geral.
Numa ocasião estávamos fazendo uma exposição para arrecadar fundos para um albergue de mães solteiras adolecentes e estavamos decidindo se eu exporia ou não algumas vitrines com conotação sexual até porque o assunto era o “calcanhar de Aquiles” da entidade beneficiada .
Num primeiro momento decidimos que não seria conveniente pois durante os 10 dias que duraria a mostra haviamos escalado a visita de diferentes turmas de 1 a 6 série, cuja diretoria do colégio havia comprado os ingressos para ajudar a causa e me havia recomendado que não seria prudente lidar com esse tipo assunto para não criar polemica com os pais dos alunos.
Pelas manhãs as escondíamos embaixo das mesas e a tarde deixavamos a mostra, pois a frequencia era praticamente de adultos..
Contudo alguns alunos desejosos de compartilhar com seus respectivos pais a exposição no segundo dia regressaram no período da tarde e viram que havia uma sessão de “somente para adultos” . A notícia se espalhou como pólvora no colégio e no dia seguinte os alunos mal conseguiam dissimular a curiosidade. Alguns levantavam as toalhas das mesas, procurando encontrar as “vitrines proibidas”.
Num determinado dia quando recebemos a visita de um grupo de 5ª.série uma das alunas que serviu de "porta-voz" levantou a mão, durante a sessão de perguntas e respostas e me pediu – muito solenemente - que mostrasse as "tais" vitrines.
Argumentou que já estavam todos “bem grandinhos” e que esse assunto não era, para eles, nenhuma novidade.
Foi incrivel. Todos sentadinhos , olhos expectantes... Não se escutava nem "um pio" no salão.
Uma vez aprovada a reivindicação pela professora responsavel pelo grupo, fui tirando debaixo das mesas uma a uma e, para a minha surpresa, as perguntas foram feitas com muita seriedade e desenvoltura, sendo elas as mais variadas.
Uma cena que mostra um casal tendo relacoes atraz de uma arvore, num dia de pic-nic no campo, foi alvo de uma das perguntas.
- Que eles estao fazendo aí ? me perguntou um garoto.
- Bem, disse eu meio encabulada, estão fazendo amor. Tua mae não te explicou nada disso ?
- Isso é claro que eu sei, respondeu, só não comprendo como estão assim, deitados em cima de uma pedra dura e fria. Será que nao podiam, pelo menos, colocar uma toalha por baixo ?
Outra cena que mostra um quarto de hotel todo desarrumado, com calcinha, sutian e roupas dos noivos tirados por todos os lados no dia seguinte da lua-de- mel, que não mostra nenhum personagem e sim muito sutilmente uma pequena mancha de sangue, quase escondida, no lençol de cetim .
Uma menina perguntou :
Alguem se machucou nessa cama ?
Já mais tarimbada e impostando um tom didádico eu respondi :
- Quando uma mulher perde a virginidade pode, eventualmente, sangrar um pouquinho, pois existe uma pequena membrana que se chama himen, etc. etc.
Sentindo o genuino interesse das crianças em saber sobre um assunto nem sempre tratado em suas casas, principalmente evitado em cidades pequenas onde esse assunto è considerado um tabu e que mesmo com o advento da televisão , internet, revistas etc e que somente as crianças tem conhecimento através de mensagens fragmentadas, maliciosas e cheias de mito me dediquei, sem perceber, a dar praticamente uma aula de educacão sexual.
Para minha surpresa não houve nem piadas, nem risinhos.
Ficaram muito gratos não somente com a exposição, sinão com a oportunidade de esclarecer algumas duvidas que tinham. Foi muito bonito.

Afinal, que é miniaturismo ?

Por tudo que eu tenho lido e vivido sobre o tema nesses anos, cheguei a algumas conclusoes pessoais.
Miniaturismo, para mim, é o forte desejo... mais que isso... é o impulso irresistível de criar, manufacturar, conceber, lidar com objetos em escala reduzida.
O retrato de um miniaturista ...
O miniaturista é um romantico por natureza. Somente aqueles que se permitem desenvolver sua sensibilidade, explorar seu mundo interior, sonhar e realizar suas pequenas fantasias podem ser miniaturistas. A paciencia é, sem duvida, uma outra caracteristica marcante e um requisito imprensindível.
O miniaturista desfruta igualmente tanto o processo, como o produto final, não importando portanto quanto tempo dure para concluir sua obra.
As vezes me pergunto se esse tipo de artista - tão peculiar -é aquele que gosta tanto da vida e tem ansia de retratar-la ou se ao contrário se refugia em seu pequeno mundo alienado utilizando suas obras para fugir da realidade,criando um micro universo paralelo onde ele tem o controle total.
Talvez um pouquinho das duas coisas.
O mais importante é que cada um busque um caminho através das miniaturas ou de qualquer outra atividade que seja um oasis de introspeção para realmente entrar em contacto consigo mesmo e desconectar-se de alguma forma dessa vida robotizada.
É uma sensação agradável descubir um canal para direcionar a energia e ordenar os proprios sentimentos .

Processo de criação...

As pessoas frequentemente me perguntam como nascem as idéias, qual é o mecanismo que passa pela criação e realização de um trabalho.
Nisso eu acho que eu sou diferente dos demais miniaturistas. Não planejo, não faço um desenho previo, não penso muito, simplesmente me sento e realizo uma obra com o material e com os objetos que tenho disponíveis naquele momento.
Ás vezes estou fazendo uma vitrine e uma idéia atravessa por minha cabeça. Interrompo o trabalho original e começo outra vitrina, simultaneamene.
Um exemplo: estava fazendo uma cena de uma casinha singela, no alto da montanha. O material utilizado era o barro, que eu tinha pedido para alguem trazer de um lugar periférico.
A encomenda me chegou em um destes recipientes de isopor, quando agente leva "comiga para viagem". Era redondo e imediatamente tive a visão de uma cama de motel.
As veses alguns “acidentes” melhoram uma ideia que, originalmente, não era tão boa.
Estava fazendo a lavanderia que mencionei anteriormente. Onde uma morena, estilo Sargentelli, passava a roupa vendo a novela na televisão.
A vitrine estava quase pronta e só me faltava colocar a resina transparente que imitaria a roupa de molho no tanque.
Tinha ficado uma beleza, com um efeito muito natural.
No dia seguinte quase tenho um ataque quando percebi que uma grande quantidade de resina havia vazado manchando, para o meu desespero, todo o chão da area de serviço.
Já estava seca e nao havia forma de remove-la sem, praticamente, estragar a vitrine.
Aí pensei : na casa dagente também nao acontecem acidentes ? pois então vou chamar o encanador.
Foi genial. Fiz um boneco agachado, consertando o vazamento, e ao mesmo tempo atarantado, pois não podia evitar de olhar as pernas da bela mulata.
Tempo empregado na elaboração de cada peça...
Dependendo do tema cheguei a dedicar de 3 dias (10 horas diarias) como minimo atè um máximo de 15 dias trabalhando em um unico ambiente.
Minha marca registrada...
Mais do que um ambiente esteticamente perfeito me preocupa fazer algo que passe uma mensagem que faça pensar, que provoque reacoes e que toque o coração das pessoas.
Mais do que casas meus ambientes tem gosto de lar, por isso tem sempre um cafezinho na mesa, umas bolachas, cachorro deitado no pé da poltrona, televisão ligada como se realmente alguem vivesse lá...
Algumas tem luzes, efeitos de água e até musica ambiente.
Sei que grande parte dos miniaturistas não colocam personagens nos seus ambientes. Uma das teorias é que as pessoas que os observam psicologicamente se retraem, pois respeitam a casa ocupada e não entram "de cheio".
Eu penso totalmente o contrário. Os personagens dão vida ao ambiente, isso sem contar que a maioria das pessoas tem uma certa atração pelo “voyerismo”. O grande sucesso das telenovelas e dos filmes são provas disso. No fundo gostamos de estar “espiando” como vivem as pessoas e penetrar em suas intimidades.
Sem os bonecos eu creio que meu trabalho não seria tão convidativo e não exerceria tanto facínio nas pessoas.
Outras das minhas características são o humor e a sensualidade.
Gosto das bonecas "coquetes", com curvas generosas, pernas a vista e roupas femininas. Nada vulgar, simplesmente sexys.
Meu marido, algumas vezes, quer exercer a função de “sensor”. E faz comentários do tipo :
- Que indecencia ! Tapa esses peitos, baixa essas saias. Exatamente como ele faz comigo na vida real, e isso me diverte..
SSignifica que mexo com as pessoas. Que não são indiferentes ao que vem.
- Dizem que as minhas vitrinas expressam o jeito de ser de nós, brasileiros.
Bem diferentes dos ambientes americanos e europeus que são extremamente rigidos nas escalas e na beleza plástica mas, muitas vezes, insipetos e sem alma.
Prefiro cometer alguns pecadinhos tecnicos e tomar algumas “licenças poéticas” mas preservar a brejeirice.

Quanto custa ser um miniaturista ?

No princípio não assumia minha condição de miniaturista por insegurança, timidez ou constrangimento. Hoje talvez não o faria por medo de tornar-me “sequestravel”...
Tipo : "o dona, passa para cá a vitrine ou te queimo"
"Doutor, tenho aquí comigo sua senhora. O resgate são 50 vitrines".
Piadinhas a parte existe um mito, com grande fundo de verdade, reconheço, de que miniaturas é coisa de gente com alto poder aquisitivo.
Sei que existem peças que custam uma verdadeira fortuna.
Ao meu lado uma vez numa loja, uma senhora comprou uma cadeirinha por nada menos de 600 dólares.
Meu Deus ! isso eu nunca gastei nem em todos os móveis juntos da minha casa (grande).
Por outro lado existem muitas opçoes de móveis e acessórios em miniaturas fabricados dem sèrie com um custo bem reduzido.
Entre todas as minhas vitrines as mais populares no gosto das pessoas são as que custaram mais barato. A criatividade é tudo !

Miniatura e família

Nove entre dez miniaturistas experimentaram algum tipo de problemas no seu entorno familiar em função do “hobby”. E esse um que não teve problemas, com certeza é solteiro.
Por ser uma atividade absorverte e apaixonante se torna uma “concorrencia” para um dos conjujes.
Chegou a ter dias que eu contava os minutos para que meu filho dormisse e, quando sentia que meu marido começava a roncar pulava da cama e passava noites inteiras fazendo meus ambientes.
Em outras ocasioes meu marido tinha que avisar-me com uma antecedencia mínima de 3 dias para que tal hora eu estivesse pronta para um jantar ou coquetel.
Dez minutos antes do evento eu saia correndo para me arrumar, e passava o resto da noite escondendo as mãos, com resquicios de pintura nas unhas e cheirando tiner.
Isso tudo sem falar a bagunça que virava a sala de estar. Nos primeiros anos não tinha meu atelier e tanto meu filho como o marido ao chegar em casa tinham que desviar das coisas, tipo “pular amarelinha”.
De todos formas tive sorte, pois contei com a paciencia, comprensão e incentivo de ambos durante todo esse tempo. Sem isso essa atividade não haveria sido possivel para mim.
Pergunta crucial ...

Miniatura : arte ou artesanato ?

Essa è uma questão que tenho enfrentado recentemente, quando fiz uma proposta, por primeira vez, a um Museo de Belas Artes para expor minha coleção.
Diante da grande duvida que se instaurou entre os curadores do Museu Fiquei de fazer uma pesquisa e recolectar material em uma averiguação mais profunda e brevemente terei argumentosl suficientes para provar que esta atividade è uma belissima arte..






Confisiones y experiencias de una miniaturista


¿ Cual es mi problema ?
¿ Que está mal conmigo ?

Fue con alegría que a mediados del 92 me informaran - para mi tranquilidad y alivio general de la familia - que yo no estaba padeciendo de ningún trastorno de personalidad o regresión sicológica.

Más todavía, descubrí que mi extraña compulsiòn tenia hasta un nombre conocido (y , gracias a Dios, no tenia la terminaciòn "ite"). Nombre ese que, a mis oídos, sonaba un poco pretencioso : miniaturismo

No, no estoy intentando ser ... o exagerando al relatar esa mi estoria, pues fue exactamente así que ocurrió...
Al ser tan sincera corro el riesgo de parecer, al mínimo, ignorante, pues personas cultas e informadas saben que ese arte se remonta hace siglos...
Para mi era única y simplemente "jugar a las casitas"... a los 31 años

Cada vez más y mas iba absorbiendo gran parte de mi día, yo estaba a las vueltas con mis cositas, colocando papel de pared, carpet, mueblecitos, accesorios...
.
Dedicaba mas tiempo a mis ambientes que a mi propia casa. Como pueden ver yo tenia sobradas razones para estar preocupada
Las personas a mi rededor estaban intrigadas y hasta para mi era inexplicable lo que, yo veía en esa esa actividad tan elemental una vez que - contrariando a las sospechas de los "Freudes" de turno - yo tuve el privilegio de poder "estirar" mi niñez hasta bien tarde - principalmente para los patrones actuales - y solamente jubilé mi muñeca faltando poco para cumplir 12 años, cediendo espacio a las primera.... y enamoramientos de niña-moza y encerrando satisfactoriamente y sin traumas esta bonita etapa

El diagnostico


Como todo empezó

En esa época yo estaba recién llegada a Cartagena de India, en Colombia, y estaba casada hacia casi 3 años y tenia un hijito de un año y medio .
Vivíamos en una suite del Hotel Hilton, donde mi marido era el Gerente General, y atendiendo a sus protestas había prometido parar de comprar patos, cuya colección estaba llegando al exagerado numero de 300 ejemplares.
.
Siempre había tenido una predileccion por ese animal y todos los amigos que sabían me compraban uno de diferentes partes del mundo.

Aun sintiéndome como turismo, en una tarde, caminando pelas calles de Cartagena encontré en una tienda una colección enterita de piezas en miniatura con fina acabado de metal dorado.
Eran en total 15 piezas, entre las cuales pequeños teléfonos, floreros, utensilios de cocina, que me parecieran delicados

El paso siguiente fue comprar una pequeña vitrina para guardarlas . Después una mesita para poner el candelabro de metal... después una mesita de noche para poner la pequeña lampara y por fin, ¿ porque no hacer diferentes ambientes para colocar los los muebles ?

Cuando me di cuenta, en menos de 5 meses ya tenia 10 ambientes que, casi que clandestinamente en las madrugadas, los decoraba para que nadie se percatara lo que yo andaba haciendo .

Que ironía ...


Hoy quien entra en mi casa y encuentra 120 ambientes, pequeñas mansiones, maquetas de todos los tamaños y me preguntan porque empecé a coleccionar miniaturas, les digo :
- "porque mi marido creía que los patos ocupaban mucho espacio"

Un camino sin regreso...

Aunque un poco constrangida, conmigo misma, un día decidí asumir mi .... fuera de época.
Encargue a un carpintero que hiciese un tipo de caja, con las laterales en madera y con el techo y la frente con vidrio, pues intuitivamente juzgue que los guardaría mejor .
Posteriormente supe que a eso se llamaba "room boxes".
Adopte arbitrariamente una medida patrón que, casualmente, está muy próxima de las consideradas "oficiales" y confeccione todas ellas del mismo tamaño pues considere que visualmente seria mas estético cuando - por decisión nada democrática - fuesen incorporadas a la decoración de nuestro hogar.
Al fin, la buena noticia era que yo no estaba "desajustada". Y la mala noticia (principalmente para mi marido) era que ya no habría camino de regreso. El miniaturismo había llegado para quedarse...

En poco tiempo todo el Hotel ya sabia que "la esposa del gerente" hacia unas casitas.
En mi familia todos extrañaran que una mujer ejecutiva, que trabajaba desde los 14 años y que aun era muy joven para se encerrar dentro de una casa, dio para "muñequear".

En el principio, aunque observando un cambio radical en mi comportamiento, pues me había convertido mas introspectiva y anti social, mi marido no dio mucha transcendencia a la nueva adición, pues pensaba que era un entusiasmo pasajero.

Creía que era apenas algo para "matar el tiempo" en una fase delicada de adaptación en que me sentía solitaria y sin amigos. Era comprensible , después de todo había dejado atrás mi país, familia, carrera profesional...

Una ventana para el mundo
En la navidad de aquel mismo año Tia Peggy, mi hada madrina, amplio un poquito mas mis horizontes miniaturisticos regalándome una suscripcion de la antigua revista Nuschell, que segun ella era la lectura de cabecera de cualquier miniaturista que se respete.


En poco tiempo ya estaba enterada de todos los pormenores del ramo: ferias y trades show, publicaciones, guias, literatura técnica, criterio de escalas etc .

En todos mis viajes al exterior era invariable incluí en mi ruta turística al menos una visita a coleccionistas privados o a museos de miniaturas, a parte de la consulta obligatoria a las pagina amarillas en búsqueda de tiendas especializadas.
La primera vez que visite en Los Ángeles el museo de Carol casi perdí el aliento. Basta con decir que dure 8 horas "internada" en el lugar .

Era como si un nuevo mundo apareciera ante mi



Una obsesión asumida y bien resuelta...

En el transcurso de todos esos 13 años debo decir que extraí mucho del mundo a través de las miniaturas y sin querer hacer juego de palabras, aprendí a dimensionar y proporcionalizar en la vida mis inquietudes, valores y expectativas.


Mi di cuenta que, con nombre... o no lo que yo hago es, realmente, "jugar a la casita" y ¿porque no ?
Analizando ese aspecto mas profundamente, en verdad, todos nosotros queremos materializar nuestros sueños infantiles a través de los "juguetes".
¿ Cual la diferencia entre los "juguetes" de un adulto y de un niño ?
Apenas el precio...

Un fenómeno interesante...

Cuando niños queremos jugar a la casita para simular que ya somos grandes, que ya somos madres y esposas y ... nuestros muñecos como se fuesen nuestros hijos.

Cuando adultos nos convertimos "miniaturistas" porque (a la mejor tengan la razón los freudianos de turno), procuramos inconscientemente rescatar la inocencia , el niño que siempre va vivir dentro de uno. Es un mismo fenómeno pero con un orden invertido
Entre otras cosas he aprendido , y lo acepte, que hace parte de la naturaleza humana querer adquirir cosas.
Nos gusta de tener pelo placer de tener. Cosas que muchas veces no son necesarias para atender a nuestras nececiudades básicas.
Siguiendo ese raciocinio me di cuenta que todo lo que da placer en escala natural podrá, potencialmente, dar placer en una escala pequeña, con la ventaja de ser mas barato y fácil de transportar.


¿ Usted quiere un iate y no lo puede tener ? Pues compre uno en miniatura y en sus fantasía viaje dentro de el.
Por lo tanto, hoy en día, me siento millonaria. Tengo una chalet en Suiza, una playa particular en Florida, mansiones y carros antiguos, solo que en la escala 1.10..


El mundo mágico de la miniaturas

Me siento privilegiada de tener el poder, que solamente los miniaturistas tienen de encojer, como por arte de magia y pasar horas viviendo dentro de mis ambientes al estilo toy story donde los juguete ganan vida.

Sean ellos modestos o sofisticados, puedo pasear aun en los día de lluvia, por los jardines asoleados, descansar en mis casas de campo y intentar la suerte en mi casino sin ir a Las Vegas.

Como un pintor que exorciza su espíritu en sus lienzos, un escultor que da alma a un ser a partir de un bloque de piedra, un escritor que tiene el poder de hacer vivir o morir sus personajes, ser miniaturista es también jugar a ser Dios.
Par a mi miniaturismo no es solamente tener cosas. Lo que mas me fascina en ese pequeño universo es precisamente el poder de la creación.
Al involucrarme con un tema que quiero desarrollar yo cresco como persona , como gente, aprendo, me culturizo, reciclo ideas, innovo, hago reflecciones sobre mil aspectos de la vida que en otras circunstancias dificilmente lo haría.

Miniaturismo terapéutico. ..

Ningún sicólogo lograría extraer de mi ni una milésima parte de lo que yo expreso, doy y recibo como lo logro a través de las miniaturas. Si todas las personas con alguna tendencia depresiva supieran de eso seguramente gustarían menos en medicinas y consultas con resultados mas rápidos y duraderos. Mis ambientes son la radiografia de mi estado anímico. En cada escena esta un poco de mi. En los días tristes utilizo dolores oscuros y sombríos. En un día alegre, colores vivos, vibrantes. En un día refexiva, en otro con esperanza, otro sarcástica o irónica, otro ardiente y sensual. Yo no escrito un diario con pluma y papel. Todas mis facetas y vivencias están imprimidas en mis ambientes en miniatura.Como dice la canción de mi compatriota Roberto Carlos Si usted quiere saber quien soy yo, yo le puedo decir, entre en mi carro, que en las carreteras de Santos usted va conocerme. Si alguien, algún día, realmente quiere conocerme y saber algo de mi, basta con ponerse frente de mis ambientes y lo sabrá. Como tengo algo de mística yo podría decir que un médium podría hasta mismo ver mi aura a través de mis obras. En ellas están los retratos de mis mejores y peores momentos mi embarazo, los primeros años de mi hijo, parrilladas en familia, noches en casa viendo a la Tele y comiendo palomitas, o en bares tomando tragos, en los karaokes cantando, o navidades al rededor del arbolito. Toda mi estoria.



Aprendiendo nuevos oficios...

Motivada por el miniaturismo me inscribí en la Escuela de Bellas Artes de Cartagena de Indias, para hacer mis pequeños cuadros. Aprendí a esculpir también para hacer mis personajes. Aprendi a valorar trabajos y profesiones antes totalmente desconocidas para mi. Jamas volví a regatear por un trabajo ajeno pues ahora yo se el esfuerzo y la dedicacion que requiere hacer algo con perfección y se tiene que pagar por esto. De hecho pase hasta mismo a ver como baratos zapatos, luego que hice mas de 20 pares para mi mini zapateria. Ahora dejo propinas generosas para mi modista después que me toco hacer ropitas en mi pequeño taller.
Sin hacer juego de palabras debo decir que, finalmente, aprendí que la vida es realmente hecha de pequeñas grandes cosas y que son precisamente los detalles que hacen la diferencia. Aprendí que hacer la cosas de la manera mas sencilla es menos complico. Y que una jornada de mil quilómetros se empieza con un primer paso. Por eso nunca me canso con un proyecto, por mas elaborado que sea, y encuentro infinita paciencia por esmerarme en las minucias.




El contacto con el publico...

Yo resistí mucho en hacer exposiciones. En primer lugar por inseguridad. En el fondo no creía que mis piezas fueran propiamente obras primas, pues siempre he sido muy auto-critica. En segundo lugar porque sabia que mas que exponer algunas vitrinas yo estaría exponiendo los aspectos mas intimos y, como personas reservada y extremadamente selectiva, esto me hacia sentir vulnerable. Cuando por fin reconocí mi trabajo como arte decidí que toda esta energía depositada en estas obras empezara a circular. Es esta la función mas grande de un artista. Confieso que aun no he podido lograr un estado elevado de altruismo soltando y distribuyendo mis obras. Nunca he vendido ni he donado ninguna de mis vitrinas. Me siento extremadamente apegada e ellas, sentimiento similar a de una madre para con sus hijos. Mi modesta forma de contribución era revertir los ingresos de las ventas de boletos de mis exposiciones a obras de caridad. La experiencia de tener un contacto directo con el publico fue algo muy enriquecedor. Como un bumerangue, toda la energía regalada era regresada en un maravilloso efecto multiplicador. Me emocione con las diferentes reacciones de las personas , principalmente con las caritas maravilladas de los niños que son, sin lugar a dudas, de lejos mucho mas observadores y sensibles que los adultos. Por ese algo totalmente desconocido del gran público mis exposiciones eran la sensacion cultural de las ciudades en que viví, teniendo gran cobertura en los periódicos, revistas y hasta mismo television. Las exposiciones se convertieron en verdaderos maratons. Normalmente las realizaba en salones de hoteles y duraban todo el día y, dentro de lo posible, yo hacia un esfuerzo para estar presente todo el tiempo para ser la anfitriona de los visitantes. Los horarios de las mañanas eran reservados para grupos de colegios y los de la tarde para un publico adulto en general. Para los grupos de estudiantes, de aproximadamente 50 cada uno, yo concebí un sistema de exposición seguida de una sesión de preguntas y respuestas. Esta es la parte que mas me gusta.


De una manera interactivas y aprovechando mi formación de profesora de primaria, yo pude estrechar el contacto con los niños y nutrir mi banco de datos con nuevas ideas para futuros trabajos.
Nunca me olvido cuando una niña blanca, de 10 años, me pregunto porque yo solamente colocaba las personas negras en posiciones subalternas.
O en la cocina, o como "chica en el motel".
Me sentí profundamente avergonzada. Nunca me había da cuento que en mi inconsciente podría abrigar ideas tan estereotipadas y colonialistas.
Pasé, despues de eso, a tener mas sensibilidad y conciencia social.

Las vitrinas prohibidas ...

En mis ambientes yo siempre he intentado retratar, además de mis vivencia autobiograficas, todos los aspectos comunes y corrientes de la vida.

En una ocasión, estábamos haciendo una exposición para recaudar fondos para un albergue para madres solteras adolecentes y estábamos decidiendo si yo exporia o no las vitrinas con connotación sexual
hasta porque el tema era el talón de Aquiles" de la entidad beneficiada .

En un primero momento decidimos que no pues durante los 10 días que duro la exposición habíamos escalonado la visita en pequeños grupos de diferentes turmas del primer al sexto grado, cuya diretoria del colegio había comprado los boletos para ayudar a la causa y me había recomendado que no seria conveniente lidiar con ese tipo de asunto para no crear polémica con los padres de los alumnos.
Por las mañanas escondíamos abajo de la mesa y por las tardes dejabamos a la muestra, pues la asistencia era practicamente de adultos..
Sin embargo, algunos alumnos deseosos de compartir con los padres la exposición en lo segundo día regresaran en el período de la tarde y vieran que había una sesión del salón tarja roja, "solamente para adultos" .
La noticia se espajamo como pólvora en el colegio y al día siguiente los alumnos apenas conseguían disimular la curiosidad.
Algunos alzaban los manteles de las mesas, buscando encontrar las "vitrinas prohibidas".

Un grupo del quinto grado, a través de una alumna que servio de deporta voz alzo la mano , en la hora de las preguntas y respuestas, y me pedio, muy solemnemente - que mostrase las vitrinas.


Argumentó que ya estaban todos muy creciditos y que ese tipo de tema no era, para ellos, ninguna novedad.
Fue increíble. Todos sentaditos, ojos expectantes. no escuchava un pio en el recinto.
Fui sacando una a una, y para mi sorpresa las preguntas fueran hechas con mucha desenvoltura y fueran de las mas variadas.
Una escena muestra una pareja teniendo relaciones, en un día de pic nic en el campo, atras de un árbol, fue el blanco de una de las preguntas.
¿ Que hacen ellos ? me pregunto un chiquito. Bien, dije yo un tanto tímida, estan haciendo el amor. ¿ Tu mamá no te ha hablado de eso ?
- Eso está claro, contestó, solo no comprendo como están así, acostados en una piedra tan fría y dura. ¿No podrían - por lo menos -haber colocado una toalla por abajo ? Otra escena muestra un cuarto de hotel todo desordenado, con interiores, brasier y ropas de los esposos regados por todos los lados al día siguiente de la noche de bodas. No se muestra ningún personaje, pero si, muy sutilmente, una pequeña mancha de sangre - casi escondida bajo las sabanas.

Una niña preguntó :
¿Alguien se ha lastimado en esa cama?
Ya con más tablas y improvisando un tono didáctico yo contesté:
- Cuando una mujer pierde su virginidad puede, eventualmente, sangrar un poquito pues existe una pequeña membrana que se llama himen, etc. etc.
Sentiendo un genuino interés por parte de los niños en saber de un asunto ni siempre tratado en sus casas, principalmente en pueblos pequeños que aun hoy en día (mismo con el alcancé de la television, internet, revistas etc) es considerado tabú, y que solamente tienen conocimiento a través de mensajes fragmentados, maliciosos y llenos de mito, me dedique, sin darme cuenta, en dar practicamente una clase de educación sexual.
Para mi sorpresa no hubo ni chistes, ni risitas.
Ficaran extremadamente agradecidos, no solamente por la exposición, sino por la consideracion, por el respeto y seriedad que trate el tema.
Fue muy bonito.

Después de todo, ¿ que es miniaturismo ?
Por todo que he leído y vivido sobre el tema en esos años, llegué a algunas conclusiones personales.
Miniaturismo, para mi, es el fuerte deseo, mas que eso, es el impulso irresistible de crear, manufacturar, concebir, lidiar con objetos en escalas reducidas.

El retrato de un miniaturista ...

El miniaturista es un romántico por naturaleza. Solamente aquellos que se permiten desarrollar su sensibilidad, explorar su mundo interior, soñar y realizar pequeñas fantasías pueden ser miniaturistas.
La paciencia es, sin duda, una otra característica marcante y un requisito indispensable.
El miniaturista disfruta igualmente del proceso, como del producto final, no importando, portante, cuanto tiempo dure para terminar su obra.
A veces me pregunto si ese tipo de artista tan peculiar, es aquel que quiere tanto a la vida y por eso ansia en retratarla o si al contrario,es un cobarde que se refugia en su pequeño espacio alienado utilizando sus obras para huir de la realidad,creando un mundo paralelo donde el tiene el control.

Tal vez un poquito de la dos cosas.

Lo mas importante es que cada uno busque un camino a través de la miniatura o de cualquier otra actividad que sea un oasis de introspección para realmente entrar en contacto consigo mismo y desconectarse – de alguna forma - de esa vida robotizada.
Es una sensacion agradable descubrír un canal para direccionar mis energías y de ordenar los sentimientos .

Proceso de creación...

Las personas frecuentemente me preguntan como nacen las ideas, y cual es el mecanismo que pasa por la creación y realización de un trabajo.
En eso yo creo que soy diferente de los demás miniaturistas. No planeo, ni hago un diseño previo, no pienso mucho, simplemente me siento y hago con los objetos que tengo disponible en aquel momento.
A veces estoy haciendo una vitrina y una idea atraviesa mi mente. Interrumpo el trabajo original y comienzo otra vitrina, simultaneamente.
en el de una montaña. El material utilizado era el barro, que yo había pedido para alguien traer de un lugar periférico.\n\nEl encargo me llegó en uno de eses recipientes de yelo seco, cuando uno está en un restaurante y quiere llevar comida para la casa. Era redondo e inmediatamente tuve la visión de una cama de motel.

A veces algunos "accidentes" mejoran una idea que, originalmente, no era tan buena.
Estaba haciendo un cuarto de servicio, la que mencione anteriormente. Donde una morena espectacular planchaba la y veía la telenovela.
La vitrina estaba casi lista y solo me faltaba colocar la resina transparente,que se parece a agua. La ropa estaría remojando en el lavadero.
Había quedado una verdadera belleza. Un efecto muy natural.
Al día siguiente casi tuve un ataque cuando me di cuenta que una gran cantidad de resina se había fugado manchando, para mi desesperación, todo el piso del área al rededor.
Ya estaba seca y no habría forma de removela sin dañar la vitrina.
Entonces pensé : ¿en la casa de uno también no pasan accidentes ? Pues voy a llamar el plomero.
Fue genial. Hice un muñeco ancado en el piso, haciendo el reparo, y al mismo tiempo muy desconcentrado, una vez que no podía evitar de mirar las piernas de la bella morena.

Mi marca registrada...

Mas de que esmerarme en hacer un ambiente estéticamente perfecto me gusta hacer algo que pase un mensaje que toque a los corazones.
Mas que casas mis ambientes tienen sabor a hogar, por eso hay siempre un cafecito en la mesa, unas galletas, un perrito acostado, una television prendida, como si realmente yo estuviera allá...Algunas tienen luces, efectos de agua y hasta música ambiente.

Algunos miniaturistas no colocan personajes en sus ambientes. Una de las teorías es que las personas que observan, psicológicamente se retraen, ya que tienden a respetar la casa ocupada y no entran de lleno en el ambiente.


Yo pienso precisamente lo contrario. Los personajes dan vida al ambiente, sin hablar que la mayoría de las personas tienen lo que llamamos de "morbo", es decir, una atracción por el "voyerismo". Las telenovelas, el teatro y las películas es una prueba de eso.

En el fondo a todos nos gusta estar de estar "espionando" como viven las personas y penetrar en sus intimidades.

Sin los muñecos creo que mi trabajo no seria tan atractivo y no ejercería tanto facínio en las personas.
Otras de mis características son el buen humor y la sensualidad.
Me gusta muñecas coquetas, con piernas a la vista, y con ropas femeninas. Nada vulgar, simplemente "sexies".

Mi marido, por algunas veces, quiere ejercer la función de "sensor". Frecuentemente haz comentarios del tipo :
- Que indecencia ¡!!! Tapa esos pechos, baja esas faldas. Exactamente como haz conmigo en la vida real, y me divierte..
Dicen que mis vitrinas expresan el modo de ser de los brasileros.



Muy diferente de los ambientes americanos y europeos que son extremadamente rígidos en las escalas y en la belleza plástica pero, muchas veces, insípidos y sin alma.

Prefiero cometer algunos pecadillos técnicos y tomarme algunas "licencias poéticas" pero preservar el coqueteo.

¿Cuanto cuesta ser miniaturista ?

En el principio yo no asumía mi condición de miniaturista por inseguridad, timidez o pena.
Hoy tal vez no lo haría por miedo a convertirme en alguien "secuestrable"
Existe el mito, con grande fondo de verdad, reconozco, de que miniaturas es cosa de millonario.
Se que existen piezas que cuestan una verdadera fortuna.
A mi lado una vez en una tienda, una señora compro una sillita por 600 dólares.
Dios mio, eso nunca gastaria ni en todos mis muebles de la casa (de a de veras).

A parte de las exageraciones, puedo decir que existen muchos muebles y accesorio fabricados en grandes lineas de montaje, que son hechos para coleccionistas, pero con un costo mucho mas reducido.
Mis mejores vitrinas son las que costaron mas barato.
!!La creatividad es todo!!

Miniatura y familia

Nueve entre diez miniaturistas experimentaran algún tipo de problemas en su entorno familiar a raíz del "hobby". Creo que ese "uno" que no tuvo problemas, con seguridad, era soltero.

Por ser una actividad absorvente y apasionante se vuelve una clase de "competencia" para uno de los de la pareja.

Llego a haber días que yo contava los minutos para que mi hijo se dormiera y, cuando sentía que mi marido empezaba a roncar, saltaba de la cama y pasaba las noches enteras haciendo mis ambientes.

Otras ocasiones Ricardo, mi esposo, me avisaba con por lo menos 3 días de antelación para que a tal hora de tal día yo estuviera lista para una cena o evento.
Diez minutos antes del dicho evento yo salia corriendo a arreglarme y pasaba el resto de la velada escondiendo las uñas con resquicios de pintura, oliendo a puro tiner.

Sin hablar en el desorden que reinaba en la sala. Por no tener un taller en los primeros años, tanto a mi hijo como a mi marido les tocaba a literalmente a saltar las cosas, cuando llegaban a la casa.
De toda formas tuve la buena fortuna de contar con su apoyo durante todos estos años.

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